sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Os meninos e as meninas de todos nós


Depoimento de Norma McCorvey sobre o aborto e a sua mudança de posição sobre o tema.
Público: Porque mudou de convicção sobre o aborto?
Norma McCorvey: Acho que o momento marcante foi quando trabalhava como administrativa numa clínica de aborto. Um dia, perdi-me nas traseiras do edifício onde encontrei um frigorífico grande e branco. Estranhei e por isso quis ver o que estava lá dentro. Quando abri e vi que estava cheio de crianças mortas. Consegue imaginar como isso me fez sentir?
Público: Foi isso que a fez começar a questionar-se sobre as consequências da legalização?
Norma McCorvey: Depois disso houve instantes diferentes como aquela mulher que entrou na clínica já com barriga. Eu disse-lhe que havia outras alternativas, mas ela respondeu que estava ali para fazer um aborto. Quando a questionei sobre porque é que tinha levado tanto tempo para tomar a decisão, ela respondeu que tinha acabado de saber que ia ter uma menina, quando queria ter um rapaz. Além disso, privei com muitas mulheres que nós apelidamos de repetentes. Mulheres que usavam o aborto como um meio de controlo da natalidade (…).
Público, 10-12-2006
Norma McCorvey - The Justice Foundation

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