domingo, 22 de novembro de 2020

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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Rubrica

«Há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro...». – este é um desabafo de Sousa Falcão na peça Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro. Há, na verdade, homens e mulheres que, pelo seu exemplo de ousadia, luta, fé e coragem obrigam todos os outros a porem-se em causa e a questionarem-se por dentro.
A História legou-nos, em todas a Culturas, homens e mulheres fantásticos, capazes de enfrentar preconceitos, de lutar pelo Bem-Comum e pela Vida com convicção e doação incomparáveis.
Incapaz de ver sofrer outro ser humano, realidade nua e crua que presenciou na Batalha de Solferino, Henry Dunant organizou um hospital de socorros, auxiliando todos os que necessitassem de ajuda, independentemente da sua nacionalidade. Propôs, posteriormente, a criação de sociedades nacionais voluntárias de socorro, travando um combate incansável para convencer os Estados a autorizarem uma sociedade de socorro para cuidar dos soldados feridos no campo de batalha.
Henry Dunant foi, assim, o mentor e fundador de um dos movimentos mais conhecidos na História: a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho. No nosso país, o movimento integra também uma secção da Juventude.
A Cruz Vermelha rege-se por seis princípios fundamentais que lhe dão vida: a imparcialidade, a neutralidade, a independência, o voluntariado, a unidade e a universalidade.
O mesmo espírito solidário e humanista que moveu Henry Dunant, premiado com o Nobel da Paz, em 1901, continua há mais de um século, a suscitar o interesse de muitos que dando a sua vida, dão vida a outros humanos. É a força do altruísmo e do voluntariado, sementes de bem insubstituíveis, na luta pela Vida.

Rubrica

Pode ler-se na «Revista de Estudos Demográficos», n.º 46, de Novembro de 2009 no que respeita à situação demográfica recente em Portugal: «No período de 2001 a 2008, Portugal registou um crescimento continuado da população, segundo um ritmo fraco e decrescente. O crescimento resulta quase exclusivamente do saldo migratório dado que o saldo natural observado é diminuto, tornando-se mesmo negativo em 2007. A fecundidade permanece a níveis muito inferiores aos necessários para renovar as gerações, a longevidade aumenta e os respectivos efeitos na composição etária da população agravam o processo do envelhecimento demográfico. A substancial redução do número de casamentos e o forte acréscimo, tanto dos nascimentos com coabitação dos pais, como dos divórcios e da idade média ao casamento comprovam os novos modelos familiares no país.».
Como vemos, o cenário demográfico de Portugal é verdadeiramente preocupante. No dia 18 de Janeiro deste ano, a A.P.F.N., Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, comunicava que nunca tinham nascido tão poucas crianças em Portugal: apenas 100.000, um novo mínimo absoluto.
Quais as soluções para o grave problema da demografia em Portugal que inevitavelmente trará consequências para o país? Elas são conhecidas: incentivos à natalidade, desde os abonos até às benesses sociais e fiscais das famílias. Mas mais do que isso é a promoção de três valores que parecem amaldiçoados ultimamente pelas políticas governamentais: a família, o casamento e a vida! É mais do que óbvio, por muito que custe a admitir, e contra factos não há argumentos, que o achincalhamento dos valores básicos tem repercussões na própria demografia.
A A.P.F.N. tem razão: Portugal precisa de se debruçar sobre questões verdadeiramente importantes, não as chamadas "causas fracturantes", mas as políticas de família.

Rubrica

A história conta com testemunhos verdadeiros de pessoas que defenderam o aborto e que, actualmente, são dos maiores activistas contra ele.
A história da legalização do aborto no mundo ocidental, na década de setenta, contou com uma mentira arquitectada por defensores do fim da vida de crianças por nascer. Aconteceu com Norma McCorvey, mais conhecida pelo pseudónimo de Jane Roe, que em 1973, com 21 anos, assustada com uma gravidez não planeada, tentou obter o aborto legal nos Estados Unidos. Segundo esta mulher, o seu caso foi fabricado por advogados para se obter a legalização do aborto.
Anos mais tarde, depois da célebre história, Norma McCorvey desmentiu o seu caso, tendo dado inclusivamente a sua filha para adopção. Teve três filhas e nunca fez um aborto.
Em 2005, McCorvey, pediu ao Supremo Tribunal para reavaliar a decisão de 1973, argumentando que ela deveria ser ouvida novamente, mas o seu pedido foi indeferido.
Escreveu dois livros sobre a sua vida, “I am Roe” (em 1994) e “Won by love” (em 1998) para que ficasse testemunho, na História, da mentira que foi o caso “Roe and Wade”.
Norma McCorvey é, actualmente, um dos membros mais activos dos movimentos pró-vida nos Estados Unidos da América e em todo o mundo.

Rubrica

«Transmitir a vida: que significado tem isto para nós, que vivemos na época da tentação de controlar biologicamente a vida humana? O homem transmite a vida como qualquer outro animal ou será que transmite outra coisa?» É com estas perguntas que Jean-François Mattei, professor de Genética e antigo membro da Academia Nacional de Medicina Francesa e Ministro da Saúde, da Família e dos Deficientes francês, assina o prefácio do livro “Um Filho para a Eternidade”, de Isabelle de Mézerac.«Este livro dá conta de uma história verdadeira, um drama familiar que se transformou numa magnífica prova de amor. No início da sua gravidez, Isabelle de Mézerac é informada pelos médicos de que o filho é portador de uma deficiência fatal, em virtude da qual virá a falecer pouco tempo depois do nascimento. No entanto, contra todas as expectativas e a habitual recomendação de um aborto provocado, Isabelle decide, juntamente com a família e apoiada por amigos e profissionais de saúde, acompanhar o filho com todo o amor até ao termo da sua curta vida. Este testemunho vem sublinhar de uma forma muito humana a importância do luto e da aceitação do infortúnio, abrindo novas possibilidades a uma alternativa ao aborto em situações semelhantes e propondo a introdução das práticas paliativas no âmbito da maternidade. Isabelle de Mézerac contou com o apoio de um ginecologista e obstetra que a ajudou a revestir o seu texto da necessária credibilidade clínica. O seu testemunho directo faz-se acompanhar de uma pertinente reflexão final sobre o tema, feita por especialistas nas áreas do direito, da saúde e dos cuidados paliativos.»Uma obra de amor a não perder: “Um Filho para a Eternidade”, de Isabelle de Mézerac.

Rubrica

Chamam-lhe Inverno Demográfico e tem abalado os países europeus como se de uma tempestade enorme se tratasse.

Desde a década de 60, sensivelmente, que os países europeus têm registado uma quebra enorme na natalidade. Os gráficos demográficos não nos enganam a este respeito, tornando evidente que o número de crianças a nascer é muito inferior ao número de adultos e, nalguns casos, ao de idosos.

Deverá este assunto preocupar-nos? A resposta não podia ser mais positiva. Aliás, países como a França, a Alemanha, a Suécia ou a Finlândia, temendo os efeitos negativos deste Inverno, têm lançado medidas natalistas que pretendem aumentar o número de nascimentos.

Em Portugal, o índice de filhos por mulher, em 2008, foi de apenas 1,37, quando, em França, o país da Europa onde se tem mais filhos, cada mulher teve, em média, 2,2 bebés, segundo dados do Eurostat. Vemos, pois, que o número de nascimentos em Portugal é inferior a países que já há décadas procuraram investir nos apoios à família e à maternidade. É exemplo disso a possibilidade de a mãe ou o pai poderem estar em casa com os seus filhos, sendo-lhe pago parte do seu ordenado, ou de lhe ser pago um abono merecedor desse nome.

Teremos, porque o problema também nos afecta, medidas similares a estas, em breve, no nosso país? Como referiu o Presidente da República, Cavaco Silva: «Um país sem crianças é um país sem futuro.»

Fazemos votos de que Portugal se empenhe nesta causa, pois sabemos que… as Crianças valem a pena!
(Rubrica Rádio Costa D'Oiro - 2/02/2010)

domingo, 4 de abril de 2010

Sacerdotes pedófilos: um pânico moral

Por que motivo se volta a falar de sacerdotes pedófilos, com acusações que remontam à Alemanha, a pessoas próximas do Papa, e talvez mesmo ao próprio Papa?

A sociologia tem alguma coisa a dizer sobre isto, ou deve deixar o assunto exclusivamente ao cuidado dos jornalistas?

Parece-me que a sociologia tem muito a dizer, e que não deve calar-se por receio de desagradar a algumas pessoas. Do ponto de vista do sociólogo, a actual discussão sobre os sacerdotes pedófilos constitui um exemplo típico de «pânico moral». O conceito surgiu nos anos 70 do século XX, para explicar a «hiperconstrução social» de que alguns problemas são objecto; mais precisamente, os pânicos morais foram definidos como problemas socialmente construídos, caracterizados por uma sistemática amplificação dos dados reais, quer a nível mediático, quer nas discussões políticas. Os pânicos morais têm ainda duas outras características:

- em primeiro lugar, problemas sociais que existem desde há várias décadas são reconstruídos, nas narrativas mediáticas e políticas, como problemas «novos», ou como problemas que foram objecto de um alegado crescimento, dramático e recente;

- em segundo lugar, a sua incidência é exagerada por estatísticas folclóricas que, embora não confirmadas por estudos académicos, são repetidas pelos meios de comunicação, podendo inspirar persistentes campanhas mediáticas.

Por seu turno, Philip Jenkins sublinhou o papel dos «empresários morais», pessoas cujos interesses nem sempre são óbvios, na criação e na gestão destes pânicos. Os pânicos morais não fazem bem a ninguém; distorcem a percepção dos problemas, comprometendo a eficácia das medidas destinadas a resolvê-los. A uma análise mal feita não pode nunca deixar de se seguir uma intervenção mal feita.

Sejamos claros: na origem dos pânicos morais estão condições objectivas e perigos reais; os problemas não são inventados, as suas dimensões estatísticas é que são exageradas.

Numa série de interessantes estudos, Philip Jenkins mostrou que a questão dos sacerdotes pedófilos é talvez o exemplo mais típico de pânico moral; com efeito, estão aqui presentes os dois elementos característicos desta situação: um dado real de partida, e um exagero deste dado por obra de ambíguos «empresários morais».

Comecemos pelo dado real de partida. Há sacerdotes pedófilos. Alguns casos, repugnantes e perturbadores, foram alvo de condenações peremptórias, e os próprios acusados nunca se declararam inocentes. Estes casos – passados nos Estados Unidos, na Irlanda, na Austrália – explicam as severas palavras proferidas pelo Papa, bem como o pedido de perdão que dirigiu às vítimas. Mesmo que se tratasse apenas de dois casos – ou de um só –, seriam sempre demais; contudo, a partir do momento em que não basta pedir perdão – por muito nobre e oportuna que tal atitude seja –, sendo preciso evitar que os casos se repitam, não é indiferente saber se foram dois, ou duzentos, ou vinte mil. Como também não é irrelevante saber se os casos são mais ou menos numerosos entre os sacerdotes e os religiosos católicos do que entre outras categorias de pessoas. Os sociólogos são muitas vezes acusados de trabalhar com a frieza dos números, esquecendo que, por detrás dos números, se encontram pessoas; acontece porém que, embora insuficientes, os números são necessários, porque são o fundamento de uma análise adequada.
Para se compreender como é que, a partir de um dado tragicamente real, se passou a um estado de pânico moral, é pois necessário perguntar quantos são os sacerdotes pedófilos. Os dados mais amplos sobre esta matéria foram recolhidos nos Estados Unidos onde, em 2004, a Conferência Episcopal encomendou um estudo independente ao John Jay College de Justiça Criminal da Universidade de Nova Iorque, que não é uma universidade católica e que é unanimemente reconhecida como a mais autorizada instituição académica americana em criminologia. De acordo com este estudo, entre 1950 e 2002, 4392 sacerdotes americanos (num total de 109.000) foram acusados de manter relações sexuais com menores; destes, pouco mais de uma centena foram condenados pelos tribunais civis. O reduzido número de condenações por parte do Estado deriva de vários factores. Em alguns casos, as vítimas – efectivas ou presumidas – acusaram sacerdotes que já tinham morrido, ou cujos alegados crimes já tinham prescrito; noutros casos, a acusação e a condenação canónica não corresponde à violação de nenhuma lei civil, como acontece, por exemplo, em diversos estados americanos em que o sacerdote tenha tido relações com uma – ou mesmo com um – menor com mais de dezasseis anos que tenha consentido no acto. Mas também houve muitos casos clamorosos de sacerdotes inocentes que foram acusados, casos que se multiplicaram na década de 1990, quando alguns escritórios de advogados perceberam que podiam arrancar indemnizações milionárias na base de simples suspeitas. Os apelos à «tolerância zero» justificam-se, mas também não deve haver tolerância relativamente à calúnia de sacerdotes inocentes. Acrescento que, relativamente aos Estados Unidos, os números não mudariam de forma significativa se lhes juntássemos o período de 2002 a 2010, porque o estudo do John Jay College já fazia notar o «notável declínio» do número de casos observado no ano 2000. As novas investigações foram muito poucas, e as condenações pouquíssimas, devido às rigorosas medidas introduzidas, quer pelos bispos americanos, quer pela Santa Sé.

O estudo do John Jay College afirma, como muitas vezes se lê, que 4% dos sacerdotes americanos são «pedófilos»? Nem pensar. De acordo com o referido estudo, 78,2% das acusaçõesque já ultrapassaram a puberdade. Ter relações sexuais com uma rapariga de dezassete anos não é certamente um acto de virtude, muito menos para um sacerdote; mas também não é um acto de pedofilia. Assim, os sacerdotes acusados de pedofilia efectiva nos Estados Unidos foram 958 em cinquenta e dois anos, ou seja, dezoito por ano; as condenações foram 54, ou seja, pouco mais de uma por ano, referem-se a menores

O número de condenações penais de sacerdotes e religiosos noutros países é semelhante ao dos Estados Unidos, ainda que não exista, relativamente a nenhum país, um estudo completo como o do John Jay College. Na Irlanda, são frequentemente citados relatórios governamentais, que definem como «endémica» a presença de abusos nos colégios e orfanatos (masculinos) geridos por algumas dioceses e ordens religiosas, e não há dúvida de que houve casos de gravíssimos abusos sexuais de menores neste país. Uma análise sistemática destes relatórios permite contudo perceber que muitas das acusações dizem respeito à utilização de meios correctivos excessivos ou violentos. O chamado Relatório Ryan, de 2009, que recorre a uma linguagem muito dura no que diz respeito à Igreja Católica, assinala, em 25.000 alunos de colégios, reformatórios e orfanatos, no período analisado, 253 acusações de abusos sexuais por parte de rapazes e 128 por parte de raparigas (e nem todas são atribuídas a sacerdotes, religiosos ou religiosas), de natureza e gravidade diversas, raramente referidas a crianças pré-púberes e que ainda mais raramente conduziram a condenações.

As polémicas das últimas semanas, relativas à Alemanha e à Áustria, expõem uma característica típica dos pânicos morais: apresentar como «novos» factos ocorridos há muitos anos ou, como em alguns casos, conhecidos parcialmente há mais trinta anos. O facto de eventos ocorridos em 1980 terem chegado à primeira página dos jornais apresentados como se tivessem acontecido ontem – e com particular insistência no que diz respeito à Bavária, a área geográfica de onde o Papa é originário –, e de deles resultarem violentas polémicas, com ataques concentrados, que todos os dias anunciam, em estilo gritante, novas «descobertas», mostra claramente que o pânico moral é promovido por «empresários morais» de forma organizada e sistemática. O caso que – de acordo com os títulos de alguns jornais – «envolve o Papa» é um caso de manual; refere-se a um episódio de abusos que teve lugar na Arquidiocese de Munique da Baviera e Freising, da qual era Arcebispo o actual Pontífice, e que remonta a 1980. O caso veio à luz em 1985 e foi julgado por um tribunal alemão em 1986, estabelecendo, entre outras coisas, que a decisão de instalar o sacerdote em questão na diocese não tinha sido tomada pelo Cardeal Ratzinger, nem era sequer do seu conhecimento, circunstância que não é propriamente de estranhar numa diocese grande, com uma burocracia complexa. A verdadeira questão deve ser, pois: o que leva um jornal alemão a decidir recuperar o caso, e trazê-lo à primeira página vinte e quatro anos depois?

Uma pergunta desagradável – porque o simples facto de a colocar parece uma atitude defensiva, e também não consola as vítimas –, mas importante, é a de saber se um sacerdote católico corre, pelo facto de o ser, mais riscos de vir a ser pedófilo ou de abusar sexualmente de menores do que a maioria da população, duas situações que, como se viu, não são idênticas, porque abusar de uma rapariga de dezasseis anos não é ser pedófilo. É fundamental responder a esta pergunta, para descobrir as causas do fenómeno, e portanto para poder evitá-lo. De acordo com os estudos de Philip Jenkins, comparando a Igreja Católica dos Estados Unidos com as principais denominações protestantes, a presença de pedófilos é, dependendo das denominações, duas a dez vezes superior entre os pastores protestantes. A questão é relevante, porque mostra que o problema não é o celibato, dado que, na sua maioria, os pastores protestantes são casados. No mesmo período em que uma centena de sacerdotes católicos eram condenados por abusos sexuais de menores, o número de professores de educação física e de treinadores de equipas desportivas jovens, também quase todos casados, considerados culpados do mesmo delito nos tribunais americanos atingia os seis mil. Os exemplos podem multiplicar-se, e não só nos Estados Unidos. E o principal dado a ter em conta, de acordo com os relatórios periódicos do governo americano, é o de que dois terços dos abusos sexuais a menores não são feitos por estranhos, ou por educadores – incluindo os sacerdotes católicos e os pastores protestantes –, mas por membros da família: padrastos, tios, primos, irmãos e pelos próprios pais. E existem dados semelhantes relativamente a muitos outros países.

E há um dado ainda mais significativo, mesmo que politicamente incorrecto: 80% dos pedófilos são homossexuais, são homens que abusam de outros homens. E – voltando a citar Philip Jenkins – 90% dos sacerdotes católicos condenados por abusos sexuais de menores e pedofilia são homossexuais. Se a Igreja Católica tem efectivamente um problema, não é o do celibato, mas o de uma certa tolerância da homossexualidade nos seminários, que teve particular incidência nos anos 70, a época em que foi ordenada a grande maioria dos sacerdotes que foram posteriormente condenados por abusos. Um problema que Bento XVI está a corrigir com todo o vigor. De forma mais geral, o regresso à moral, à disciplina ascética, à meditação sobre a verdadeira e grandiosa natureza do sacerdócio, são os melhores antídotos contra a verdadeira tragédia que é a pedofilia; e o Ano Sacerdotal também deve ter esse objectivo.

Relativamente a 2006 – altura em a BBC emitiu o documentário de Colm O’Gorman, deputado irlandês e activista homossexual – e a 2007 – altura em que Santoro apresentou a respectiva versão italiana em Annozero –, não há, na realidade, grandes novidades, à excepção de uma crescente severidade e vigilância por parte da Igreja. Os casos dolorosos dos quais se tem falado nas últimas semanas não são todos inventados, mas sucederam há vinte ou trinta anos.
Ou talvez haja uma novidade.

Como se explica esta recuperação, em 2010, de casos antigos e muitos deles já conhecidos, ao ritmo de um por dia, atacando de forma sempre mais directa o Papa, um ataque aliás paradoxal, tendo em consideração a enorme severidade, primeiro do Cardeal Ratzinger, e depois de Bento XVI, relativamente a este tema?

Os «empresários morais» que organizam o pânico têm objectivos específicos, objectivos esses que se vão tornando cada vez mais claros, e que não são a protecção das crianças.

A leitura de certos artigos permite compreender que – na véspera de escolhas políticas, jurídicas e mesmo eleitorais que, um pouco por toda a Europa e pelo mundo, põem em questão a administração da pílula RU486, a eutanásia, o reconhecimento das uniões homossexuais, temas em que a voz da Igreja e do Papa é quase a única que se ergue a defender a vida e a família – poderosos grupos de pressão se esforçam por desqualificar preventivamente esta voz com a acusação mais infamante, que é também, hoje em dia, a mais fácil de fazer: a acusação de favorecer ou tolerar a pedofilia.

Estes grupos de pressão mais ou menos maçónicos são uma prova do sinistro poder da tecnocracia, evocado pelo mesmo Bento XVI na encíclica Caritas in Veritate e denunciado por João Paulo II na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1985 (de 08.12.1984), quando se referia aos «desígnios ocultos», a par de outros «abertamente propagandeados», «com vista a subjugar os povos a regimes em que Deus não conta».

Vivemos realmente numa hora de trevas, que traz à mente a profecia de um grande pensador católico do século XIX, o piemontês Emiliano Avogadro della Motta (1798-1865), que afirmava que das ruínas provocadas pelas ideologias laicistas nasceria uma verdadeira «demonolatria», que se manifestaria de modo especial no ataque à família e à verdadeira noção do matrimónio.

Restabelecer a verdade sociológica sobre os pânicos morais relativamente aos sacerdotes e à pedofilia não permitirá travar este grupo de pressão, mas poderá constituir, pelo menos, uma pequena e devida homenagem à grandeza de um Pontífice e de uma Igreja feridos e caluniados porque se recusam a calar-se nas matérias que dizem respeito à vida e à família.

Fonte: LOGOS

sexta-feira, 26 de março de 2010

domingo, 14 de março de 2010

A Barreira precisa de um Projecto Educativo

A Barreira precisa de um projecto educativo: não é uma moda, é uma necessidade. Com a lenta reorganização do território da freguesia, assiste-se à necessidade de pensar sobre um novo edifício para servir esta zona (Barreira, Cortes e Telheiro). Mas, para que a carroça não vá à frente dos burros, precisamos de pensar sobre um projecto educativo.
O verbo pensar não admite a interdição à liberdade, por isso, e porque as práticas são muitas vezes reféns das políticas educativas, tomemos a liberdade de pensar sobre que escola queremos e que projecto educativo ambicionamos como seu orientador.
Primeiro ponto: há que aprender com os erros do passado, perceber a nossa realidade presente e projectar o futuro. Isto não se faz sem antes haver vontade de criar laços de cooperação entre freguesias e de eliminar rivalidades. É indispensável a intervenção comunitária geral na elaboração de um projecto que pretende ser “O Nosso”. Pensar um projecto educativo para as freguesias, e para uma futura escola, só faz sentido com diálogo, com um debate local de ampla discussão de onde resulte o máximo de consenso e de compromisso geral. A educação e a cultura são uma missão partilhada, de confiança, perspectivando sempre o bem comum. Assim, temos de ser ouvidos e tomar e partilhar decisões, mesmo ao nível mais baixo. Pais, associações de pais, professores e associações de professores, associações ligadas à educação, ao desporto e à cultura, especialistas em Educação e os próprios alunos – todos deverão ser chamados e escutados, pois que a Educação é uma responsabilidade colectiva.
Um projecto educativo levado a sério tem de se preparar para um novo modelo, enquadrado nas mudanças mais actuais relativas ao pré-escolar e à escolaridade obrigatória (12.º ano). Conhecendo a realidade local e nacional da educação portuguesa, ao nível educativo, assim como o rumo da União Europeia nestes termos, há que sondar exemplos de excelência nacionais e internacionais que ajudem a sair do convencional. Os exemplos são variados: escolas públicas e privadas com bons resultados, Escola da Ponte e “filiais” no Brasil (Instituto Lumiar, Amorim Lima), Escola Básica e Secundária Tomás de Borba em Angra do Heroísmo, modelos finlandês e irlandês, e programa “No Child Left Behind” dos Estados Unidos da América.
Contrariamente ao modelo dominante, mas de acordo com as tendências e os exemplos de excelência, faz todo o sentido descentralizar o poder, desburocratizar, flexibilizar, o que se tem conseguido muito mais facilmente com uma gestão centrada na escola, autónoma. E aqui muda muita coisa ou quase tudo.
Uma escola autónoma na sua gestão é uma escola local, em cooperação com o município. Que escola deverá ser esta? Permitam-me abrir o debate.
Uma escola autónoma é efectivamente uma escola, cujo cerne é a aprendizagem dos alunos. Quer isto dizer que quando as motivações são todas excepto os alunos, algo começa a desvirtuar-se e deixa de ser escola para ser empresa, por exemplo. Tudo (não é só metade!) tem de ser feito para proporcionar as melhores oportunidades e respostas a todos os alunos, pessoas em crescimento, com uma história de vida real. Os mais experientes saberão que nestas coisas o “pronto-a-vestir” resulta sempre mal. Que bom seria, então, uma pré-inscrição escolar (1/2 anos antes da matrícula), para que a escola pudesse optimizar espaços e recursos escolares necessários aos seus futuros alunos e proceder a uma reformulação dos objectivos da instituição e até repensar a formação dos professores. É lamentável que as escolas não tenham tempo para se reformular em função dos alunos que vai receber. A proveniência social, a idade, as necessidades educativas, o nível económico e cultural dos alunos têm de constar da base de qualquer projecto educativo. Como é possível privilegiar uma educação multicultural se a organização escolar e os profissionais de ensino não estiverem preparados, nem tiverem tempo para se formar? Isto é essencial para que o ensino seja de qualidade.
Gostaria que a Barreira pensasse numa escola onde o ensino fosse entendido como uma missão e um serviço, realmente público, universal e gratuito. Uma escola que, em vez de ostracizar, acolhesse, e encarasse as crianças como seres únicos, com as suas próprias características e especificidades. E evito propositadamente chavões como “escola inclusiva” ou “escola para todos”. Eu gostaria que a escola fosse simplesmente escola, onde se ensinasse e aprendesse, e se ajudasse realmente a gostar de aprender. Gostaria de uma escola que cultivasse o gosto pela aprendizagem, pela cooperação, pelo trabalho, pelo esforço, pela disciplina e pela responsabilidade. Este é provavelmente um dos aspectos mais difíceis que só se consegue quando todos os responsáveis superiores, desde os pais, os professores, a direcção e a comunidade, em conjunto, arranjam soluções para todos os problemas com que se debaterem. Por isso, é urgente acabar com o egoísmo e o interesse individual.
Eu gostaria que a Barreira tivesse uma escola pequena onde todos se conhecessem, capaz de dar respostas educativas à diversidade. Neste contexto, não nos esqueçamos de que a Barreira conta com uma população, cuja escolarização é baixa ou muito baixa, com um meio rural e semi-citadino, com estrangeiros e ainda com uma comunidade cigana.
Eu gostaria que a escola da Barreira fosse uma escola onde os pais tivessem um papel importante nos órgãos de gestão e decisão, não esquecendo que o papel didáctico-pedagógico cabe aos professores.
Eu gostaria que a Barreira tivesse uma escola onde a Comunidade se projectasse com iniciativas a curto, médio e longo prazo, em parcerias com as Juntas de Freguesia, com a Câmara Municipal de Leiria, com a ADESBA, com a Casa-Museu João Soares, com a Filarmónica das Cortes, com o Grupo de Atletismo da Barreira, com o Escutismo, com as Igrejas, entre outros.
E por que as escolas dependem das pessoas e elas fazem as escolas, eu gostaria que a Barreira tivesse uma escola onde pudesse contar com um corpo docente estável, motivado e altamente criativo e empreendedor, profissionais que correspondessem a um perfil de pessoas para o projecto pensado; professores disponíveis, recebidos e apresentados à comunidade, num sistema de bem, justo e transparente, devidamente fiável e fiscalizado, onde se premiasse o mérito, o “curriculum vitae”, a experiência e o espírito de cooperação/iniciativa. Eu gostaria que a Barreira pudesse contar com uma escola onde as pessoas se amassem e respeitassem; uma escola pública pioneira numa autonomia que seleccionasse os seus profissionais de acordo com o seu projecto educativo e mérito, ao invés de gente minada de cunhas e compadrios. Eu gostaria de uma escola que apostasse mais em professores e menos em auxiliares de educação.
Gostaria que a futura escola da Barreira tivesse um professor-director que desse aulas, para não se esquecer de que trabalha numa escola e para que não se apaixonasse pelo poder, devidamente assessorado por conselheiros administrativos e financeiros.
Gostaria que tivéssemos uma escola onde se tivesse autoridade e autonomia para se organizar em momentos e espaços de aprendizagem de acordo com as necessidades das crianças, com mecanismos de prevenção, intervenção, remediação e enriquecimento, não imanados dos “iluminados” do Ministério da Educação, mas criados a partir da necessidade do terreno e em parceria com centros do ensino superior e investigação. Eu gostaria de uma escola que não fosse obrigada a, mas que tomasse a iniciativa de ser autónoma, que assumisse um projecto educativo original e genuíno que tivesse em vista uma Educação de qualidade (há tanta barbaridade quando as metas se resumem a números…) com projectos próprios, de integração, com equipas de orientação e intervenção, com professores especializados.
Gostaria de uma escola sem medo de avançar com linhas ideológicas e pedagógicas bem definidas e com docência cooperada (e porque não 2 ou 3 professores por sala?).
Gostaria de uma escola que investisse fortemente ao nível científico e pedagógico, pois que se acha por aí que isso é o que menos importa. Quanto nos enganamos quando assim é!
Gostaria que a Barreira tivesse uma escola que tivesse coragem de não ter “a turma dos filhos dos professores”, a elite, e “as turmas dos outros”, a ralé. Que ousasse pedir ajuda sempre que sentisse dificuldades, que integrasse projectos desde o pré-escolar (a partir do 3 anos), trabalhando por ciclos, dando tempo para crescer e aprender ao ritmo de cada um, sem asfixiar ou menosprezar.
Eu gostaria que a Barreira tivesse uma escola com uma arquitectura pensada e equilibrada com inteligência, com salas por disciplinas (Língua e Literatura Portuguesa, Línguas Estrangeiras, Matemática, Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, Artes, Oficinas, Desenho, Música e Cozinhas), salas de apoios especializados, gabinetes para os professores (onde pudessem receber os pais!), despensa de material, cantina, consultório médico, pavilhão gimnodesportivo e piscina, auditório, pavilhão geral, gabinete de associação de pais, direcção, secretaria e gabinetes de Psicologia.
Como seria bom uma escola com currículo nacional e local, capaz de oferecer às crianças aquilo que elas poderiam nunca ter a oportunidade de sonhar se não fosse a escola a dar-lhes como a dança, a música e tantas outras coisas bonitas para se aprenderem.
Necessitamos, para que a Escola seja a Nossa Escola, de um sistema mais livre, exigente a todos os níveis, que se (re)avalie e que procure a mudança, em função dos seus alunos e das necessidades dos novos tempos, numa acção cooperada entre Escola, Família e Comunidade.
E, por último, gostaria que a Barreira tivesse uma escola, cujo centro fossem as pessoas e se lutasse pelo máximo de qualidade.
Para terminar, que fique também claro que nada do que foi aqui dito é retórica ou utopia. Quanto muito pode ser difícil de atingir, mas nunca impossível. E para aqueles que deixaram de acreditar, só podia finalizar com esta frase de Robert Louis Stevenson «Ser o que somos e chegar a ser o que somos capazes de ser: este devia ser o nosso único objectivo de vida.». Está lançado o desafio. Com quem podem os Barreirenses contar para uma escola nova e para uma nova escola?
Texto publicado no Jornal Barreira.Net.

A escola e as crianças com necessidades educativas especiais

No Fórum debatemos hoje a forma como as crianças com necessidades educativas especiais estão integradas na escola. A FENPROF diz que mais de 20 mil crianças perderam os apoios, faltam professores especializados, psicólogos, terapeutas e auxiliares. A Associação Portuguesa de dislexia e a CONFAP concordam mas ministério da Educação rejeita as criticas e diz que não recebeu queixas. No Fórum queremos reflectir sobre o ensino especial, saber se em Portugal existe mesmo uma escola inclusiva ou se é necessário alterar o modelo actual.
Ouvir aqui.

segunda-feira, 8 de março de 2010

A procura do essencial

Público, 2010.03.07
Frei Bento

1. O maior inimigo do cristianismo é a banalização do essencial. Todos os textos do Novo Testamento - cada um com o seu estilo - são narrativas de rupturas, de processos de transformação, de actuações escandalosas, para tocar no que há de mais decisivo na prática de Jesus, que saltou as barreiras das convenções sociais, culturais e religiosas em que nasceu. Hoje, alguns historiadores parecem apostados em mostrar que não há rupturas. Fazem um esforço espantoso de investigação para reduzir Jesus e a sua mensagem a uma das correntes do mundo judaico. Se, antes, certa apologética e certas elaborações cristológicas faziam de Jesus uma figura celeste caída do céu no seio da Virgem Maria, sem história nem geografia terrestres, hoje, procura-se explicar tudo pela sua condição judaica e pelas ideias correntes no judaísmo plural do seu tempo. Para eliminar falsas rupturas, acabam por não explicar como é que Jesus se tornou, por um lado, uma figura tão polémica no interior do judaísmo e, por outro, uma figura universal, interpretada por S. Paulo como não cabendo nos limites do judaísmo. É certo que Jesus não deixou nada escrito acerca das suas experiências, das suas perplexidades e das suas opções. Se eliminarmos, porém, a originalidade inconfundível da sua personalidade e da sua mensagem, dentro e fora do judaísmo, de quem falam os textos do Novo Testamento, tanto os canónicos como os apócrifos? Haverá, dentro dessas narrativas, alguma outra personalidade que o possa substituir e a quem possam ser atribuídas as acções e as palavras de Jesus?Comecemos pelo princípio. Jesus levou muitos anos a encontrar o seu caminho. Quando julgou que o tinha encontrado, guiado por João Baptista - o seu baptismo, de tão incómodo para o seu prestígio, deve ser um facto histórico -, tem uma experiência que o afasta deste mestre para seguir o seu próprio caminho. Essa experiência vem narrada em todos os Evangelhos, embora segundo a perspectiva de cada um. O céu abriu-se e a sua voz era diferente da pregação avinagrada de João Baptista: És um filho muito amado. A partir daí, sentiu a necessidade de fazer um longo retiro para tudo rever. Foi tentado, nesse retiro, pelas figuras do messianismo do seu tempo e, no fundo, pelas maiores e constantes tentações humanas.
2.Um messias verdadeiro tinha de se apresentar com uma solução clara para os problemas económicos, políticos e religiosos do seu tempo e do seu povo. Jesus, no retiro, foi atormentado por essas expectativas, que ele interpretou como tentações diabólicas, isto é, tentações que o desviavam, radicalmente, daquilo que pretendia fazer e daquilo que lhe parecia mais importante.Conta o Evangelho de Marcos que até os discípulos que escolheu não compreendiam o seu caminho. Entre o capítulo quatro e o capítulo dez, isto é repetido oito vezes. Jesus vê-se obrigado a dizer a Pedro, figura destacada do grupo: Arreda-te de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas dos homens (Mc 8, 33).Donde vinha este desentendimento? Os discípulos não queriam abandonar a teocracia implicada na noção de Reino de Deus. Julgavam que tinham sido chamados por Jesus para participarem no reino do poder da dominação divina, segundo os modelos dominantes do messianismo. Esta obsessão era tão grande e tão persistente, colocando os discípulos numa vergonhosa luta interna pelo poder, que Jesus sentiu a necessidade de os reunir a todos para lhes mostrar que estavam completamente enganados. Na sua proposta não havia "tacho" para ninguém. Quem quisesse ser o primeiro que se colocasse ao serviço de todos: O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos (Mc 10, 45).Mateus (23, 8-11) não atenua o combate ao carreirismo na comunidade cristã: Quanto a vós, não vos deixeis tratar por "mestre", pois um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. E, na terra, a ninguém chameis "Pai", porque um só é o vosso "Pai": aquele que está no Céu. Nem permitais que vos tratem por "doutores", porque um só é o vosso "Doutor": Cristo. O maior de entre vós será o vosso servo.
3.Chegados a este ponto, fica claro que nenhuma teocracia se pode reclamar de Jesus nem ele propôs qualquer modelo económico, político, cultural ou religioso. Não por indiferença, mas porque pertence aos seres humanos, dos diferentes povos e culturas, elaborá-los. Fica, porém, um critério e um fermento: só vale, do ponto de vista humano, aquilo que se fizer para serviço de todos, não para dominação de uns pelos outros, sabendo que cada um se considera demasiado grande para ser, apenas, um bom irmão.Chegamos, aqui, ao essencial. Jesus, a partir de uma experiência divina, vinha revelar que todos os seres humanos estão inscritos no coração de Deus e que a tarefa de cada um é inscrever os outros, mesmo os inimigos, no seu próprio coração. Neste reino não há excluídos. Quando fez esta revelação, narrada por S. Lucas, o próprio Jesus se comoveu e exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo (Lc 10, 17-22). Era a primeira vez na história humana que se ouviam estas palavras.A Quaresma, como retiro, destina-se a rever tudo e a ficar com o essencial. Que Deus nos perdoe a todos.

domingo, 7 de março de 2010

Liberdade de Ensino

A escola pública tem vindo a perder alunos para a privada. Isto acontece apesar de frequentar uma escola privada ser, regra geral, muito mais caro do que andar numa escola pública (há excepções: bolsas, por exemplo). Parece que, apesar de todas as dificuldades económicas das famílias, estas inscrevem os filhos numa escola privada sempre que podem.
Os professores do ensino público não são piores do que os do privado, pelo contrário. O que afasta os alunos da escola pública é o sistema – um conjunto enorme de escolas e professores dirigidos centralizadamente pelo Ministério da Educação, em Lisboa. É um monstro ingerível, que tira autonomia às escolas – logo, tira-lhes também responsabilidade – e provoca instabilidade nos horários, na continuidade dos professores, na própria ligação dos estudantes ao seu estabelecimento de ensino.
É preciso reabilitar a escola pública, dando mais liberdade de escolha aos pais e mais autonomia a cada escola. O problema é que liberdade e autonomia não agradam aos sindicatos nem aos ideólogos da formatação geral e jacobina dos alunos.

Francisco Sarsfi eld Cabral
Jornalista

sexta-feira, 5 de março de 2010

Imaginação

A imaginação é mais importante do que o conhecimento. Porque o conhecimento é limitado ao que agora sabemos e compreendemos, enquanto a imaginação abarca o mundo inteiro e tudo aquilo que alguma vez poderá vir a conhecer e compreender.
Albert Einstein

Bullying

Foi instaurado um inquérito sobre o caso de suicídio de uma criança de 12 anos em Mirandela. Colegas e familiares afirmam que o aluno era uma vítima de outros estudantes e até já identificaram os agressores.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Declaração histórica católico-muçulmana contra justificação da violência

Representantes muçulmanos e católicos do mundo assinaram uma histórica declaração comum para rejeitar a manipulação da religião com o objetivo de justificar interesses políticos, a violência ou a discriminação.
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