terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Discalculia

Imaginem o que é querer ler um texto e translê-lo constantemente. Imaginem o que é os nossos olhos verem um b e lerem d, p ou q. Agora, tentem imaginar o que é uma vida inteira assim.

Estima-se que 10% dos alunos portugueses tenham problemas relacionados com a dislexia, uma disfunção neurológica que tem associadas algumas implicações práticas como as enunciadas. Os problemas relacionados com a leitura (dislexia), são já parte de algum estudo e investimento (ainda que insuficiente), assim como os relacionados com a escrita (disortografia). Contudo, os relacionados com o cálculo matemático (discalculia) não usufruem da mesma sorte, carecendo de investigação científica e didáctico-pedagógica.

Hoje, deparei-me com um caso que pode muito bem ser um caso de discalculia, e se não for, é-o lá perto. Desejo que seja o primeiro e o último. Ensinar um aluno do 7.º ano a fazer contas de somar de duas parcelas é, no mínimo, preocupante. Descrever o que é um aluno não conseguir contar correctamente até 20 ou não saber somar 7 e 6 parece completamente bizarro. Foi o que vi hoje.

Saber e tomar consciência que dificuldades de aprendizagem como esta existem é meio caminho andado para qualquer educador/professor ajudar os alunos e as suas famílias, tirando-as, muitas vezes, do desespero e da ignorância. Quantos estão preparados e alertados para isto? Onde está a investigação nesta área?
Ver notícia do Público sobre Discalculia aqui.

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