"Não ter condições para criar filhos não é razão. Eu criei um filho, nestes 11 anos, com uma doença gravíssima, sem qualquer ajuda. Saí da minha terra só com um saco na mão e lutei pela saúde do meu filho, porque o mais fácil seria ter abortado." Helena Silva, mãe do menino Azul está contra a interrupção voluntária da gravidez e recusa-se a aceitar os argumentos evocados por essa causa.
Do alto dos 11 anos que leva de "luta" pela vida do filho que sofre de doença crónica, aponta os pecados de todos quantos "querem fugir às suas responsabilidades". Lembra, também, as responsabilidades do Estado, na ajuda aos cidadãos que mais necessitam e defende que não pode enveredar pela via mais fácil.
Falsas questões
"Desde 1980 que a lei já prevê o aborto em casos de deficiência. Como podem alegar que não podem dar condições às crianças, quando eu pude, sem qualquer apoio, como ainda hoje reclamo?", questiona Helena Silva.
Custa-lhe perceber os argumentos dos defensores do "sim". Não aceita que estejam a "preparar para abrir clínicas de aborto, quando acabam de fechar maternidades" e, na sua forma simples de abordar a vida, sustenta que "quem ajuda para matar também pode ajudar para viver".
Desmonta, também, os argumentos dos que apontam exemplos do estrangeiro e lembra que, nos Estados Unidos, "um nascimento custa à mãe cerca de dez mil dólares, caso não tenha seguro, pelo que a responsabilidade é de cada um".
Assim, como solução, defende que o Estado deve deixar de contribuir com abonos de família e rendimentos mínimos "tantas vezes mal aplicados", canalizando as verbas "para instituições que apoiem as mães sem possibilidades".Cáustica em relação às mulheres que defendem o aborto, Helena Silva rebate o perfil de "heroínas" que tantas vezes lhes surge associado. "Por que engravidaram e depois decidem não ter sacrifícios? Isso é demasiado fácil. Não sabem o que é sentir o sofrimento de ter de salvar, todos os dias, uma criança", remata.
Ver, aqui.
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