sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O que é aprender?

Na educação e ensino escolares, deve haver objectivos mínimos. Porém, esquece-se constantemente os objectivos máximos que cada um pode atingir.
A Escola deve ser muito mais do que um espaço de aprendizagem académica. Ela deve, ou melhor, tem, nos dias de hoje, de apostar na Educação da Cidadania, na Educação dos Afectos, na Formação Humana, Pessoal e Social dos seus educandos.
A par da formação académica terá que ser contemplada a dimensão dos afectos, a dimensão estética e a emotiva. Acreditamos que o domínio das atitudes não pode estar divorciado do domínio cognitivo e que só envolvidos numa vivência que proporcione aprendizagens activas onde coabite o cognitivo e o atitudinal será possível que a criança aprenda e se aproprie do seu processo de ensino/ aprendizagem. Para que isto aconteça a Ponte encontrou uma outra organização e a criação de inúmeros dispositivos que permitam aprendizagens significativas, assim, defendemos, tal como Dewey, que o que a criança aprende não pode ser compreendido como um resultado automático daquilo que nós pensamos que deve ser aprendido, uma parte significativa da aprendizagem depende do que a própria criança faz, por consequência das suas actividades e dos seus próprios recursos, o que implica que se tenha em conta necessariamente, toda a sua experiência social como suporte das novas aprendizagens, que deste modo ganham significado para as crianças. Consideramos também que a criança possui múltiplas inteligências para se desenvolver; devemos respeitar a criança como ser único, ela transporta um capital imenso e a escola deve oferecer-lhe o suporte desse desenvolvimento integral (Gardner).
Apoiando-nos nas teorias sociais acreditamos também que a aprendizagem desenvolve-se a partir do trabalho colaborativo e cooperativo. O aluno é encarado como um agente activo no processo de aprendizagem o que pressupõe um ambiente de aprendizagem aberto em que o aluno se envolve na acção e na reflexão sobre o que faz, sendo-lhe dada a oportunidade de pensar em si mesmo e de comparar o seu processo de pensamento com o dos outros, estimulando, assim o pensamento crítico.
Pretende-se fomentar métodos de pesquisa e de resolução de problemas, pretendendo envolver os alunos em tarefas semelhantes às da vida real, sendo confrontados com projectos ou problemas reais, assumindo relevância os processos e as aquisições que se fazem no decorrer da elaboração e concretização de projectos. Tal como nas abordagens construtivistas, a aprendizagem centra-se nos alunos que trabalham geralmente em grupo e são incentivados a recorrer a múltiplas fontes de informação. As crianças desenvolvem estruturas cognitivas num aprender fazendo indissociável de um aprender a aprender. O aprender está relacionado com factores emocionais e motivacionais que podem conduzir a um sentimento de realização pessoal.
Tal como Bruner, consideramos que a criança tem um papel activo no acto de aprender. Este autor enuncia quatro vantagens da aprendizagem por descoberta: o aumento do potencial intelectual; a mudança de uma motivação extrínseca para a intrínseca, dado que a criança é colocada perante a necessidade de resolver conflitos cognitivos estruturantes; a participação do aluno na construção do saber; melhorias na conservação da memória e recuperação do que está memorizado. Estes são alguns contributos teóricos, que vão fundamentando as nossas crenças, mais relacionadas com estas questões da aprendizagem. (Prof. Géni)

Formação On-line sobre a Escola da Ponte

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