domingo, 8 de julho de 2007

Live Earth - Nem tudo é o que parece

Madonna é uma «catástrofe da mudança climática»

Eles desafiaram o mundo, mas quando começou a limpeza nos nove locais do mundo onde aconteceram os espectáculos, muitas pessoas questionaram se os artistas fazem o suficiente pelo ambiente

Os media dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha deram grande destaque ao Live Earth, megaconcerto organizado pelo ex-vice presidente dos EUA e activista verde Al Gore.

O evento seguiu o modelo do Live Aid e do Live 8 mas gerou uma resposta menos positiva. Os jornais da Alemanha ficaram mais animados com os espectáculos de sábado destinados a pressionar os líderes a assinarem um novo tratado até 2009.

O compromisso pretende uma diminuição da poluição em 90 por cento nos países ricos e em mais da metade no mundo inteiro até 2050.

Diversos artigos examinaram as credenciais ecológicas dos artistas, incluindo Madonna, cujas ‘pegadas de carbono’ anuais foram estimadas em cerca de 100 vezes maiores do que a média britânica.

O tablóide News of the World, jornal da Grã-Bretanha, detalhou as estimativas de emissões de carbono de Madonna nas suas nove casas, frota de carros, do jacto particular e da sua tourné Confessions.

A cantora foi chamada «catástrofe da mudança climática». O jornal The Sunday Telegraph citou reportagens publicadas nos EUA sobre as suas alegadas ligações com empresas acusadas de serem grandes poluidoras.

A porta-voz da cantora na Grã-Bretanha não estava disponível de imediato para comentar, mas num comunicado publicado no Independent disse que «O facto de Madonna concordar em cantar no evento Live Earth é apenas um dos seus primeiros passos no compromisso na direcção de ser responsável em relação ao ambiente.»

As manchetes negativas tiraram parte do brilho da elogiada apresentação de Madonna no estádio Wembley, em Londres, onde ela cantou a música Hey You, escrita especialmente para este concerto.

Na Alemanha, onde Snoop Doog foi um dos artistas que se apresentaram em Hamburgo, o Live Earth dominou as manchetes.

«No final das contas, se não provocou nada além disso, o tema da protecção climática foi muito divertido para dois mil milhões de pessoas durante um dia», disse o diário Bild am Sonntag, o jornal de domingo mais vendido no país.

Os organizadores dizem que além das dezenas de milhares de pessoas nos concertos, a audiência na televisão, rádio e Internet pode ter chegado a dois mil milhões.

«Misturar música com uma mensagem séria dá ao espectáculo um ritmo pesado», foi a descrição feita pelo Washington Post do evento em Wembley, que teve os artistas mais famosos, como Red Hot Chili Peppers, Metallica e Foo Fighters.

Os intervalos entre as apresentações foram longos. Alguns foram preenchidos por filmes curtos sobre temas ambientais. Muitos artistas entraram no «espírito da mensagem», e pediram ao público em Sydney, Tóquio, Nova York e Rio de Janeiro para diminuir a sua emissão pessoal de dióxido de carbono além de terem apelado à reciclagem.

Já o comediante norte-americano Chris Rock expressou o seu cepticismo em relação ao impacto real do Live Earth: «Rezo para que este evento acabe com o aquecimento global da mesma maneira que o Live Aid acabou com a fome mundial», disse ele em Londres.

Notícia para ler aqui.

Sem comentários: