terça-feira, 18 de setembro de 2007

Cada aluno custa cinco mil euros por ano

Entre 34 países analisados, Portugal está em 23º lugar nos gastos

Portugal gasta anualmente 5.030 euros em despesas de educação por aluno, desde o ensino básico até ao superior, estando no 23º lugar entre os 34 países analisados pela OCDE, segundo um estudo sobre Educação revelado esta terça-feira pela Organização.

O relatório «Panorama da Educação 2007», da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indica, segundo escreve a Lusa, que Portugal está abaixo da média de investimento anual dos países da OCDE na Educação, fixada em 6.115 euros por aluno.

No topo dos 34 países analisados neste indicador, cujos dados se reportam a 2004, surgem, à semelhança do ano passado, a Suíça e os Estados Unidos, os únicos países com gastos superiores aos 10 mil euros.

Com menor investimento do que Portugal ficam apenas seis países europeus, nomeadamente a Grécia (4.447), a República Checa (3.884), a Hungria (3.747), a Estónia (2.946), a Polónia (2.877) e a Eslováquia (2.648).

No fim da tabela, constam ainda México, Turquia, Chile, Rússia e Brasil, este último o que menos gasta com a educação dos alunos, despendendo um valor anual de 1.128 euros por estudante.

Nos diferentes níveis de ensino, Portugal surge sempre abaixo da média dos países da organização.

Assim, nos gastos com o primeiro e segundo ciclos do ensino básico, Portugal despendeu 4.054 euros, menos 997 do que a média da OCDE.

Já no terceiro ciclo do básico e ensino secundário foram gastos por ano e por estudante 5.342 euros, enquanto a média da organização se situa nos 6.301.

No ensino superior, o investimento do Estado português em cada estudante é de 6.703 euros, quando a média da OCDE se situa nos 9.613 euros.

Nos Estados Unidos, país que lidera este «ranking», o Estado investe anualmente 7.626 euros por aluno no primeiro e segundo ciclos do ensino básico, 8.607 euros no terceiro ciclo do básico e no ensino secundário e mais de 19 mil euros no ensino superior.

Apesar de, comparativamente, investir pouco em Educação, Portugal aumentou em cerca de 50 por cento os gastos por aluno entre 1995 e 2004, de acordo com o relatório.

Do total de investimento público nacional, Portugal destina 11,4 por cento para o sector da Educação, ficando abaixo da média de 13,4 por cento dos países da OCDE analisados.

No entanto, a diferença não é tão acentuada se se tiver em conta a relação do investimento no ensino com o Produto Interno Bruto (PIB). Nesse caso, Portugal dedica ao sector 5,3 por cento do PIB, apenas 0,1 por cento abaixo da média.

Portugal é o segundo país da OCDE com menos adultos com o 12º ano

Portugal é o segundo país da OCDE com menor percentagem de conclusão do ensino secundário nos adultos entre os 25 e os 64 anos, só à frente do México, segundo este mesmo estudo da organização.

Só 26 por cento dos adultos portugueses concluíram o 12º ano, um número muito abaixo da média dos 34 países analisados, fixada nos 68 por cento.

Atrás de Portugal, onde a escolaridade obrigatória termina no 9º ano, só mesmo o México, onde apenas 21 por cento dos adultos concluíram o liceu.
Já a Espanha é o segundo país europeu com a mais baixa percentagem de conclusão do secundário, mas ainda assim muito acima de Portugal, com 49 por cento.

No topo da tabela, que utiliza dados de 2005, surge a República Checa, com 90 por cento, seguida da Estónia e da Rússia, ambas com 89 por cento.

Apesar da má prestação de Portugal neste indicador, há uma diferença assinalável quando comparadas as gerações mais velhas com as mais novas. Entre os 25 e os 34 anos, 43 por cento dos portugueses concluíram o secundário, mais 30 pontos percentuais do que na faixa etária entre os 55 e os 64.

Relativamente ao ensino superior, só 19 por cento dos portugueses entre os 25 e os 34 anos têm um diploma, uma percentagem que vai baixando progressivamente até à faixa etária dos 55-64 anos, com sete por cento.
Notícia daqui.
P.S.
A Educação sai mesmo cara!!! Mas é um investimento que vale a pena (digo eu!).

1 comentário:

João Santos disse...

Muitos números e muito comprido. Fiscalidade não é a minha praia.