sábado, 30 de agosto de 2008

«Cristofobia» é tão condenável quanto o anti-semitismo ou a «islamofobia»


«A discriminação e a intolerância com os cristãos deve ser enfrentada com a mesma determinação com a qual se combatem o anti-semitismo e a islamofobia», afirmou hoje Dom Dominique Mamberti, secretário vaticano para as Relações com os Estados.


O prelado interveio no Meeting de Rímini, durante uma conferência sobre a «Proteção e direito da liberdade religiosa», fazendo referência à onda de violência anti-cristã desatada no Estado de Orissa (Índia).


Dom Mamberti afirmou que a Santa Sé «não cansa de afirmar que o fundamento do direito à liberdade religiosa se encontra na própria dignidade de todas as pessoas humanas».


Imediatamente depois falou sobre o fenômeno denominado «cristofobia» –expressão introduzida pela primeira vez no ano 2003 em uma resolução do Terceiro Comitê da 58ª Assembléia Geral da ONU, e que compreende os atos de violência e perseguição, intolerância e discriminação contra os cristãos, ou uma educação errônea ou a desinformação sobre o cristianismo.


Em muitos países, explicou, «os cristãos são vítimas de preconceitos, estereótipos e intolerâncias, às vezes de tipo cultural».


«Frente a esta situação, se compreende que a eficácia da ação internacional dependa, em boa medida, de sua credibilidade e, portanto, também de seu caráter “inclusivo”».


«Em outras palavras –acrescentou– seria um paradoxo omitir a adoção de medidas concretas para garantir que os cristãos gozem de liberdade, ou bem criar uma espécie de “hierarquia” das intolerâncias, precisamente quando se trata de eliminar a discriminação e a intolerância».


«Por outro lado – precisou – também seria um erro que as comunidades religiosas instrumentalizassem qualquer medida legal ou administrativa para com eles, tachando de discriminação qualquer procedimento legítimo derivado de suas atividades».


A dignidade do homem, da qual emana o imperativo de salvaguardar a liberdade religiosa, «funda-se sobre sua capacidade de verdade», afirmou também.


«Absolutizar a tolerância é, ao contrário, retirar-se frente a esta dignidade. Absolutizar a tolerância significa, de fato, transformá-la em valor supremo, mas isto inevitavelmente põe a verdade em segundo plano e a relativiza».


«A renúncia à verdade, por sua vez, abandona o homem nas mãos do mais forte, do útil ou o imediato, privando a pessoa de sua grandeza».


À luz desta convicção, afirmou, «a Santa Sé conseguiu que, no âmbito do chamado “programa sobre tolerância” da OSCE, não se trate exclusivamente dos graves fenômenos do anti-semitismo e da discriminação contra os muçulmanos, mas também dos igualmente inaceitáveis episódios de intolerância contra os cristãos».


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