segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cavaco defende afirmação do português como «língua global»

O Presidente da República defendeu na cerimónia de atribuição do Prémio Leya ao escritor Murilo Carvalho o aproveitamento do «capital» que a língua portuguesa oferece, considerando que o português tem de se afirmar como uma «língua global»

«O português tem de afirmar-se como uma ‘língua global’, uma língua que se pode ouvir nos quatro cantos do mundo e que, por isso mesmo, justifica que outros se sintam motivados a aprendê-la como língua estrangeira», defendeu hoje o chefe de Estado, numa intervenção na cerimónia de atribuição do Prémio Leya ao escritor Murilo Carvalho.
Sublinhando que actualmente a riqueza das nações não depende unicamente dos seus recursos naturais e da sua capacidade produtiva, existindo outro factores, «tanto ou mais importantes», como a história, a cultura e a língua, que podem contribuir para alargar a sua margem de actuação no plano internacional, Cavaco Silva recordou a «herança» deixada aos portugueses há mais de 700 anos: a língua.
«Não podemos desperdiçar esse capital, que é sem dúvida um motivo de orgulho para os 240 milhões de falantes do português, mas que pode e deve ser também encarado como uma vantagem competitiva», sublinhou, reforçando que o chamado «património imaterial» constitui não só um factor de coesão dos povos, como também um «factor estratégico decisivo nas relações entre os Estados».
Por isso, continuou, o simples facto de tantos milhões de pessoas comunicarem em português, torna «imperativo» que se encontrem os meios adequados para o promover internacionalmente.
O Presidente da República explicou, depois, que foi por essa razão que a promoção da língua portuguesa se assumiu como um tema prioritário do programa da Presidência portuguesa da CPLP, porque os interesses comuns dessa comunidade impõem um trabalho conjunto para a crescente afirmação internacional do português, «em particular no quadro das Nações Unidas, onde o Português de há muito justifica o estatuto de língua oficial».
«Para que o português alcance o estatuto a que tem direito no plano internacional, é importante que a lusofonia, sem perder a diversidade – que é a principal razão da sua importância no mundo -, seja um espaço aberto em que se produz e circula conhecimento, um espaço no interior do qual a língua atenua as distâncias e torna mais fácil o relacionamento entre pessoas e entre países», sustentou.

No início da sua intervenção, o chefe de Estado felicitou ainda o escritor Murilo Carvalho, vencedor do Prémio Leya para o melhor romance inédito em língua portuguesa e que foi atribuído por um júri que teve como presidente o poeta Manuel Alegre, «ilustre representante do caleidoscópio de literaturas que faz hoje a riqueza» do português.

«O aparecimento de obras com qualidade, em qualquer uma das literaturas que entretanto se formaram na língua que todos partilhamos, é a melhor forma de demonstrar a vitalidade do português e o papel singular que lhe cabe no concerto das nações», afirmou.

Notícia daqui.

1 comentário:

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL disse...

Olá Liliana,

Agradecemos desde já a sua colaboração no "Desenvolvimento Sustentável".

Informamos que o endereço do "Desenvolvimento Sustentável" foi alterado.

Pedimos portanto que actualize o endereço do "Desenvolvimento Sustentável" aqui no seu blog "Sou o que sou: Eu.".

O novo endereço é http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com/ .


Obrigado, e desculpe algum incomodo.
Abraços e Boa Páscoa
J. Botelho