segunda-feira, 5 de abril de 2010

Rubrica

Pode ler-se na «Revista de Estudos Demográficos», n.º 46, de Novembro de 2009 no que respeita à situação demográfica recente em Portugal: «No período de 2001 a 2008, Portugal registou um crescimento continuado da população, segundo um ritmo fraco e decrescente. O crescimento resulta quase exclusivamente do saldo migratório dado que o saldo natural observado é diminuto, tornando-se mesmo negativo em 2007. A fecundidade permanece a níveis muito inferiores aos necessários para renovar as gerações, a longevidade aumenta e os respectivos efeitos na composição etária da população agravam o processo do envelhecimento demográfico. A substancial redução do número de casamentos e o forte acréscimo, tanto dos nascimentos com coabitação dos pais, como dos divórcios e da idade média ao casamento comprovam os novos modelos familiares no país.».
Como vemos, o cenário demográfico de Portugal é verdadeiramente preocupante. No dia 18 de Janeiro deste ano, a A.P.F.N., Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, comunicava que nunca tinham nascido tão poucas crianças em Portugal: apenas 100.000, um novo mínimo absoluto.
Quais as soluções para o grave problema da demografia em Portugal que inevitavelmente trará consequências para o país? Elas são conhecidas: incentivos à natalidade, desde os abonos até às benesses sociais e fiscais das famílias. Mas mais do que isso é a promoção de três valores que parecem amaldiçoados ultimamente pelas políticas governamentais: a família, o casamento e a vida! É mais do que óbvio, por muito que custe a admitir, e contra factos não há argumentos, que o achincalhamento dos valores básicos tem repercussões na própria demografia.
A A.P.F.N. tem razão: Portugal precisa de se debruçar sobre questões verdadeiramente importantes, não as chamadas "causas fracturantes", mas as políticas de família.

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