Eduardo Prado Coelho faleceu aos 63 anos
O professor e ensaísta Eduardo Prado Coelho morreu ontem de manhã na sua residência em Lisboa, vítima de complicações decorrentes de um transplante de fígado. Tinha 63 anos.
Figura proeminente da cultura nacional, Eduardo Prado Coelho mereceu elogios de todos os quadrantes da sociedade civil, nomeadamente da classe política. Em mensagem enviada à família do professor, o Presidente da República, Cavaco Silva, manifestou-se “profundamente consternado” com a morte de Prado Coelho, destacando o “notável trabalho por ele realizado em prol da nossa cultura e da nossa vida cívica”. Na mensagem, o Chefe de Estado elogia ainda o “intelectual brilhante que muito contribuiu, com a sua obra e no desempenho de cargos públicos, para a dinamização e prestígio internacional da cultura portuguesa”. José Sócrates lamentou igualmente a morte de Prado Coelho, a quem disse que o ligavam “laços de uma sólida e profunda amizade”, revelando que havia falado com ele na véspera e combinado um almoço para a próxima semana. O primeiro-ministro disse que o ensaísta “foi um homem de espírito” e um “grande intelectual português”.Isabel Pires de Lima, ministra da Cultura, referiu-se também à morte de Prado Coelho, considerado que este tinha uma “escrita iluminante”, salientando ainda “o grande intelectual [...] que “esteve sempre muito atento à arte e ao pensamento contemporâneo português”, com quem o País “aprendeu a pensar a sua contemporaneidade”.No campo das letras, o lamento chegou pela voz de Manuel Alegre. “Muito triste” com a notícia, disse à Lusa, o poeta e deputado do PS considerou que Eduardo Prado Coelho “marcou a cultura portuguesa e abriu caminho à mudança e vanguarda”. “Eduardo Prado Coelho era o intelectual mais brilhante da minha geração”, defendeu Manuel Alegre, lembrando que o “amigo e companheiro”, com quem tinha estado há dias na Foz do Arelho, era um homem de esquerda, “bastante pragmático”. Alegre lembrou ainda que Prado Coelho integrou a comissão política da sua candidatura à Presidência da República.O corpo esteve ontem em câmara ardente no Palácio Galveias, de onde às 11h00 de hoje sairá para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. PERFILEduardo Prado Coelho nasceu em Lisboa a 29 de Março de 1944 e foi autor de vasta obra universitária e ensaística. Entre 1988 e 1998 esteve em Paris, onde foi professor na Sorbonne e conselheiro cultural da embaixada portuguesa. Publicou recentemente o livro ‘Diálogos sobre a Fé’, com o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.
Luís F. Silva com Lusa
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