Por isso, para os que me lerem, aqui fica o meu comentário ao texto de Frei Bento Domingos, “Nem mais, nem menos”, do Público, deste Domingo, e a muitas opiniões a favor do aborto (mas quem é que é a favor do aborto?????).
A pergunta a referendar é, para mim, completamente falaciosa. Não há só uma pergunta, há muitas e várias perguntas. Quem não sabe ler que aprenda.
Não é só a despenalização que está em causa, é também o aborto livre e a pedido, em toda e qualquer situação, seja por que razão for, sem ajuda, sem apoio, sem alternativa (que pode e deve existir da parte do Estado).
Não é só a despenalização que está em causa, é também a aprovação do acto de pôr fim a uma vida já começada. E não me venham com teorias de senciência e sei lá que mais. Todos para sermos o que somos tivemos de passar por lá. Ponto Final!
Não é só a despenalização das mulheres que tenham abortado até às 10 semanas que está em causa, é a penalização das que o fazem a partir daí.
Não é só a despenalização que está em causa, é o financiamento público dos abortos no nosso Serviço Nacional de Saúde, que é uma lástima e uma autêntica vergonha, um atentado à dignidade de cada um de nós!!! Isto é desrespeito.
Não é só a despenalização das mulheres que abortam em sistema de saúde ou outro autorizado, é também a daquelas que o fazem fora dele.
Não é só isto tudo, é a diminuição da ilicitude de um acto tão atroz e brutal como é o aborto.
Não é só a despenalização que está em causa, é o de mulheres virem a usar o aborto como meio contraceptivo, que de resto acontece. Até dá para abortar uma menina, porque se queria antes um menino!!!!!! (À 8.ª semana já se sabe o sexo.)
Não é só a despenalização que está em causa, é o “direito” que se vai passar a ter a abortar, mas demite-se o Estado a dar o direito de ter filhos, tantos quantos desejarmos, em responsabilidade.
Não é só a despenalização que está em causa, é o de cada vez mais tarde termos os nossos filhos – não é só a saúde que está em causa, é a nossa própria felicidade enquanto homens e mulheres que nos realizamos quando damos Vida ao Amor que temos.
Não é só a despenalização que está em causa, é o facto de a mulher ficar, a partir daqui, muito mais desprotegida, sobretudo nos locais de trabalho (se quer ter trabalho, tem de abortar!!! Que horror!!!!).
Não é só a despenalização que está em causa, é o homem que fica sem direito absolutamente NENHUM ao seu filho, que também é 50% dele.
Não é só a despenalização que está em causa, é a liberalização total do aborto até às 10 semanas.
Por tudo isto, há imensas questões por detrás da porcaria da pergunta que o TC aprovou para nos confundir a todos e nos querer impingir um futuro que, de todo, não é ético, nem justo.
Quem dera que nem tivesse de ouvir essa palavra horrenda e macabra: “aborto”.
Estou farta, muito farta disto tudo. De uma Sociedade da completa PODRIDÃO e da DESRESPONSABILIZAÇÃO PERMANENTE, até a de se não assumirem as relações sexuais e daí os filhos que podem surgir.
O meu voto é muito claro e consciente: NÃO.
Isto também está em causa: que o Estado nos peça para pagar impostos todos os meses (inclusive para abortos), e que não nos apoie naquilo que é mais essencial: Educação, Justiça, Saúde e Cultura.
Isto também está em causa: o voltar a haver manifestações do “a barriga é minha” à frente dos tribunais por mulheres que abortaram depois das 10 semanas. E daí mais publicidade para a aprovação do aborto livre e a pedido até 12, 14, 16 semanas, e que tão facilmente a Assembleia da República aprovará.
Isto também está em causa: o artigo 24.º da Constituição da República Portuguesa: «(Direito à vida) 1. A vida humana é inviolável.» ficar apenas no papel. Enfim, uma palhaçada!
Se querem o meu “sim”, invistam na natalidade, dêem-nos o direito a ter filhos dignamente, a ter família, a sermos casados e beneficiados como tal.
Se querem o meu “sim” invistam na formação humana e ética dos nossos jovens e da Sociedade.
Se querem o meu “sim” fomentem a natalidade, não se limitem a fechar maternidades.
Se querem o meu “sim” mudem as mentalidades em relação à maternidade e à paternidade, sem complexos e preconceitos.
Se querem o meu “sim” tenham mais cuidado com os programas de televisão sempre tão tendentes a relações afectivas descartáveis e comportamentos de risco a toda a hora.
Se querem o meu “sim” não façam tábua rasa do que a Ciência nos tem dado a conhecer sobre a vida intra-uterina.
Se querem o meu “sim” sejam congruentes com o Código Penal. Se o “sim” for aprovado, o aborto fica menos regulamentado que a venda de tabaco!!!! Mas isto é Lei que se faça?
Estou farta desta sociedade que caminha para a decisão só e exclusiva da mulher, deixando para trás a opinião do homem, que não tem, de todo, culpa de séculos de machismo prepotente.
É isto tudo e muito mais que está em causa.
Eu não chamo estúpidos àqueles que vão votar “sim”, nem hipócritas como o fazem comigo. Não há bons, nem maus. Mas acho, isso sim, que um voto no “sim” é IRREVERSÍVEL, que vai piorar muito mais as nossas condições de vida, que nos vai tornar escravos do Utilitarismo e do Relativismo.
Está em causa o tipo de Sociedade que querem deixar aos meus futuros filhos, aos filhos dos meus irmãos e aos amigos deles. EU NÃO QUERO ESTE TIPO DE SOCIEDADE. (Damos aos mais novos tão bem a lição que acabarão, um dia, por se matar todos uns aos outros.)
Estou farta de termos o monopólio da vida dos outros nas nossas mãos! É URGENTE VIRARMO-NOS PARA A VIDA!!!
Eu quero uma Sociedade da RESPONSABILIDADE PELA VIDA HUMANA.
Desculpem a minha sinceridade, mas estou farta disto tudo, muito farta. A minha paciência tem limites.
“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”
NÃO, obrigada!
3 comentários:
APOIADO!
Quatro em uma ou uma em quatro
considerações de um ateu:
1. Do Código.
O promitente comprador
tem, por Lei,
sua vontade assegurada!
O promitente vendedor
sua promessa confirmada!
A promitente Vida
Com diagnose já mostrada
Não tem lei
Não tem caução
Não tem nada!
(J. Gil Neto).
2. Da Roleta
Também vimos, boqueaberto
no espantoso Reino
levar à Rocha Tarpeia,
escarpada, alta e dura,
a vida gerada em tempo incerto
segundo a Lei da Natura!
Viver?
Agora só por decreto.
A partir daquele tempo certo!
Dez semanas depois de nascer
é o prazo
que os homens “sábios” te deram,
por mero acaso,
para a fasquia do viver!
A Lotaria, de horas antes,
Viste, segundos depois, garantida
pela caterva de acordantes
da pena e lábia possantes!
Se fosses grande,
espadaúdo, forte
contigo se haveriam de haver
em luta, renhida,
derradeira, feroz,
que não escaparia, impunida,
a ousadia do algoz!
(J. Gil Neto).
3. “Dos Princípios”.
Diz-me daí, ou diz-me lá,
ilustrado Fulano, sem mofas,
qualquer que seja a ponta
dos cardeais em que,
sabiamente sentado, filosofas:
- Qual dos dois é mais “humano”:
eliminar a desgraça física,
como fez aquele tirano,
ou eliminar Porque Sim!
como agora, tão preocupado
consagra o “sábio” letrado,
algum galeno,
o regente de interregno,
“pressuroso” mandarim?
(J. Gil Neto).
NB:
Há ainda um outro figurino:
Se porventura se tivesse retirado
dez semanas ao primeiro ciclo uterino
dos que falam, com tanta convicção
Como falariam agora? Então?
4. Brado. Prece.
Também vimos boqueabertos, com esforço,
Vida concebida, concedida por decreto!
A Humana, com o gládio no pescoço!
Muito mór sorte teve o mísero insecto!
Já não rege, aqui, a Lei da Boa Natura
ou a letra de Hipócrates e Galeno.
É, a lei inventada, mais sábia, “madura”,
que “o modo” atrasado, estúpido, terreno?
Eu não te quero punida, Mãe, alguma vez!
Porque a lei dos homens o peito não sossega.
Não cales em teu seio meu grito de vida!
Perdoo a conveniência ou insensatez,
do transe que o amor, ou “acaso”, me lega !
Se assim é, voltarei à Mãe-Terra, sofrida.
(J. Gil Neto).
o que eu estava procurando, obrigado
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